terça-feira, 14 de abril de 2020

E depois do Adeus...à Pandemia



Não tenho qualquer formação em futurologia, mas do pouco que vou alertando, lá vou acertando aqui e ali. 
E depois da Pandemia?

Uma Pandemia que se vai arrastar no tempo, com resultados alternados, até que apareça uma vacina ou algum tratamento eficaz. Até lá teremos as conferências, os resultados diários, e números, muitos números. Uma coisa que esta classe política tarda em não dizer, é a verdade aos portugueses, quais são as consequências desta crise sanitária? Depois desta crise teremos, várias crises, sociais, políticas e sobretudo económica. Os portugueses passaram 10 anos em austeridade, com cortes de ordenados, sem aumentos salariais, uma carga fiscal brutal, desemprego, empresas falidas, etc. Com uma "Desunião Europeia" que conseguiu esconder-se da crítica durante a crise económica e camuflar as dívidas soberanas com medidas avulsas, acaba por ser esta nova crise, desta feita pandémica, a expor finalmente a hipocrisia supranacional da União Europeia, ao falhar em todas as vertentes de ajuda, quando países como a Itália e a Espanha mais precisavam dela.
A "Desunião Europeia" e esta farsa política inútil ficou mais evidente com as recentes reuniões para encontrar soluções para a economia europeia, dado que ao contrário da outra crise, nesta estamos todos no mesmo barco, mas ainda assim alguns países mostraram oposição na vontade da maioria. Alerto desde já que a solução encontrada é insuficiente para os países que compõem a UE. Vão ficar por aqui, ou teremos mais medidas?
Não podemos esquecer que a maioria dos países da UE possuem dívidas soberanas insustentáveis e os países sobretudo do sul da Europa são aqueles que mais preocupam. 
Quando todos pensavam que a recuperação, embora anémica, das economias estava arrancar e dar alguma esperança na recuperação económica, surge esta pandemia que vai lançar a economia de cada país, europeia e mundial para a recessão. O desemprego resultante pelo encerramento de empresas, a quebra brutal nas exportações, até porque os nossos parceiros também não compram, e a herança do passado económico recente vai fazer regressar um cenário já conhecido pelos portugueses, porque será inevitável, teremos novamente cortes salariais, afectação dos subsídios de férias, complementos salariais diversos, ainda mais impostos, com o agravamento dos impostos directos sobretudo, etc. Preparem-se como puderem! Vai ser ainda mais "brutal" e por um prazo de recuperação nunca inferior a dois anos.
O que é lamentável no meio disto tudo é que não há nenhum governante, seja o Primeiro Ministro, Presidente da República, Deputado ou mero político de qualquer partido, que não fale disto de maneira nenhuma, um adiar de uma consequência inevitável que poderá ter um custo político que ninguém quer assumir, pelo menos para já. Qualquer um receia, qualquer um irá desvalorizar perante a opinião pública, mas peço-vos que registem o que aqui vou já alertando.
Por falar em custo político, também vos posso adiantar que provavelmente não terão o candidato dos afectos no próximo boletim de voto para as presidenciais, porque este não tem capacidade, nem eu lhe reconheço essa força, para argumentar contra um candidato poderoso na argumentação como é o André Ventura, que já lançou a sua candidatura. Não haverá um único candidato com poder de argumentação suficiente para confrontar o candidato André Ventura nessas eleições, e por mais que tentem, os lacaios do regime, sobretudo os da comunicação social controlada, perante um cenário de pânico  irão desferir vários golpes sujos do costume para destruir a sua imagem, farão de tudo, mas só o eleitorado mais incauto irá na cantiga, espero que sejam poucos. 
Quanto ao poder legislativo e executivo, acredito na insistente e já gasta promoção de "soluções" politicas de apelo à "unidade" contra um pseudo-inimigo do regime, o  "populismo de direita" e o seu possível reforço parlamentar. Em boa verdade não teremos nenhum governo de maioria absoluta, seja ele de Direita ou de Esquerda! Assistiremos a um reforço das franjas políticas, fruto das dificuldades que iremos enfrentar, com a culpabilização interna resultante das políticas adoptadas e o agudizar do discurso na política externa, em que todos os seus actores dificilmente se unirão, até porque nunca o conseguiram. Preparem-se para os tempos difíceis!