domingo, 29 de outubro de 2017

Halloween

Já que se aproxima o Halloween, em vez de comentar a situação da Catalunha e o estado da organização politica da Europa, prefiro deixar um desenho que vale por mil palavras:

Verão Quente


Este Verão ficou marcado pelos incêndios que ceifou a vida a uma centena de portugueses. Palavras como incompetência, descoordenação e sobretudo muitos anos de desprezo levaram a esta tragédia. Culpa-se este Governo, mas a culpa não foi só deste, mas de todos os que por lá passaram e nada fizeram. Desde 1960 que no território português as assimetrias regionais desenvolveram-se exponencialmente e a principal consequência foi o abandono do interior. Fenómenos como a urbanização em torno de Lisboa e Porto, e das capitais de distrito do interior, bem como a litoralização do país, fizeram com que milhares de portugueses que outrora ocupavam o interior  predominantemente agrícola, se concentrassem nas décadas subsequentes nas capitais de distrito. Também os que saíram do país na vaga de emigração nos anos 60 deram um importante contributo ao abandono das terras. Por outo lado fala-se em alterações climáticas de seca extrema, mas outros anos houve que a seca também se fez sentir, por isso não foi essa a principal causa, mas sim a abandono humano que permitiu que a floresta e o mato crescessem desordenadamente, sem que alguém as limpasse periodicamente como era costume. Uma pergunta que todos deviam colocar: Como pode um país com uma vasta área de Floresta e Mato praticamente abandonado não ter Vigilância?
A Defesa vai dar um maior contributo na vigilância, uma medida que só peca por ser tardia. Já que se fala em falta de meios, proponho que nos terrenos florestais afectos ao Estado, haja um contributo na manutenção e limpeza por parte da população prisional.
Se há um culpado nesta história? Sim!
Todos nós temos um bocadinho de culpa neste trágico Verão.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

A islamização dos Interesses


Sem dúvida alguma que os atentados do 11 de setembro de 2001 nos EUA marcaram o inicio de uma nova Era. Com o fim da Guerra Fria, e da bipolarização mundial, muitas barreiras físicas e politicas acabaram  e com elas apareceram oportunidades e novos actores. Se o confronto entre Comunismo e Democracia Ocidental “alimentou” interesses económicos e financeiros no passado, hoje com novos protagonistas, os mesmos interesses continuam a “alimentar-se”. O Terrorismo tem o patrocínio de políticos liberais sem escrúpulos que se aproveitam da sua ideologia para alcançar os seus objectivos. Estamos perante uma aliança perigosa entre a Ganância Liberal do Ocidente e o Fundamentalismo Islâmico, em que ambos se aproveitam da inexistência de barreiras no mundo para perpetrar os seus objetivos intrínsecos. As novas tecnologias e a sua difusão instantânea permitem através das redes sociais, a promoção do terror e as suas consequências a nível social, desde logo no impacto directo sociológico e psicológico nas populações, através do sentimento de medo e insegurança, e ao mesmo tempo a nível económico, com a valorização ou desvalorização de ativos, consoante seja a intenção especulativa, nos mercados de capitais, mercados acionistas, imobiliários, mercados de matérias-primas, etc. Desta forma satisfaz-se os interesses obscuros do Ocidente. Do outro lado da aliança, o fundamentalismo islâmico assegurou a sua difusão worldwide e todos os meios necessários para impor a longo e médio prazo a Islamização Mundial. A Islamização worldwide patrocinada pela destabilização e remoção dos ditadores no médio oriente e norte de África, apelidada pelo ocidente com o nome de “Primavera Árabe” (para alguns políticos portugueses foi até comparado com o 25 de Abril) e as suas consequências de deslocalização massiva, entre continentes, de populações com culturas e religiões historicamente antagónicas resultaram num “caldo” cultural altamente instável. Os líderes Islâmicos e Imãs um pouco por todo o mundo fomentam o discurso de conquista e de vitória sobre os “cruzados”, apelando ás populações deslocalizadas dos seus territórios, sobretudo dos países do médio Oriente e Norte de África para o Continente Europeu, e por razões geográficas de proximidade, bem como ás novas gerações com nacionalidade adquirida em solo Europeu, para reivindicarem e tentarem a reboque da tolerância ocidental, impor a sua cultura e religião, como é o caso da Sharia. Estes líderes Islâmicos e Imãs, patrocinados pelo interesses económico-financeiros obscuros do Ocidente, usam um discurso comum que tem escapado a muitos investigadores sociólogos, antropólogos e teólogos, desde logo a difusão da “ideologia islâmica” e não menos preocupante, a substituição a longo prazo das populações europeias de matriz cristã (em declínio demográfico nos últimos 50 anos) por novas gerações de matriz islâmica, em parte deslocalizadas dos seus territórios de origem e outra parte nascida em território Europeu. Os interesses obscuros ocidentais e os políticos liberais sem escrúpulos corroboram a entrada e permanência definitiva das novas gerações destes imigrantes islâmicos como parte da solução para a crise demográfica que a Europa enfrenta. De acordo com estes políticos, esta medida não é mais que uma forma “solidária”, “ágil”, “útil” e “barata” de corrigir um número desfavorável nas estatísticas demográficas, descorando todos os outros aspectos (cultural, histórico, sociológico, antropológico, etc) de convivência antagónica entre Europeus (Cristãos, Agnósticos, Ateus) e Imigrantes islâmicos e novas gerações islâmicas nascidas em território europeu. Assim sendo o choque será permanente, os antagonismos vão agudizar-se e o terror vai continuar, porque os interesses há muito que foram instalados de parte a parte. De um lado a idealização de um Mundo Islâmico, com a instauração do Califado no Ocidente, do outro, elites ocidentais apoiadas pelo liberalismo sem escrúpulos, que retira cada vez mais proveitos financeiros dos Estados, nos gastos astronómicos em segurança, nos lobbies financeiros, económicos e políticos.   
Autor: Augusto Damásio

sábado, 18 de março de 2017

"Tomar conta"

Acabo de ouvir a maior idiotice dita por uma jornalista num meio noticioso televisivo português, uma idiotice que no fundo é uma tentativa de lavagem do terrorismo que varre a Europa. Segundo o jornalista os partidos nacionalistas que legitimamente ganham votos e crescem na Europa são extremistas, e os terroristas são o quê? Então os políticos liberais de esquerda e direita são os únicos responsáveis pela entrada de imigrantes em massa na Europa e os extremistas são aqueles que querem travar estas politicas de suicídio? O jornalista em causa alegou que  o PVV de Geert Wilders na Holanda não ganhou, em parte, porque o líder do partido vencedor VVD ( Liberais) Mark Rutte, "tomou conta" do assunto Turquia. Oh sr. jornalista! "tomou conta"??? Se tomar conta do carro de outra pessoa sem autorização, a isso chama-se roubo! Se "tomar conta" de alguém sem consentimento ou autorização é sequestro!
Tudo serve para justificar os actos dos "coitadinhos" dos terroristas!
O tema imigração e segurança é uma bandeira dos nacionalistas na Europa e não dos Liberais! Ora quando se "toma conta" de um tema que é defendido por um partido e que consta na sua doutrina, será para "roubar votos" ou para "tomar conta" dos votos dos eleitores desse partido? Curiosa expressão!



domingo, 12 de março de 2017

Os dois cenários

A política na Europa está a mudar, e como tudo é composto de mudança, as massas começam a contestar o status quo, o establisment, como queiram...
A Europa só poderia funcionar se houvesse uma verdadeira União, não como esta que só serve os interesses elitistas invés dos Povos, em que a União providenciaria a distribuição equilibrada das politicas, de rendimentos, fiscais, jurídicas, económicas, etc, evitando assim as disparidades que hoje existem. Numa União não funciona se, por exemplo, um enfermeiro em Portugal ganha 700€, na França 3500€, na Inglaterra 4300€, etc, não funciona se, por exemplo, a carga fiscal em Portugal é 57% sobre o rendimento, 38% na França, 26% na Inglaterra, etc, etc.

Os partidos pró-união europeia só seriam bem sucedidos se a UE se tornasse uma Federação com mecanismos que equilibrassem as diferenças e desfasamentos, ora tal nunca aconteceu e alguns dos políticos pró-UE até se opõem...ironia do destino que esta "União" está a Desunir em vez de agregar e aproximar os Estados.
Ora enquanto os políticos pró-UE perdem tempo com divergências e desculpas para manterem as coisas como estão, porque assim como está interessa, os partidos ditos anti-UE, a favor dos estados-nações, Nacionalistas vão ganhado força e começam a ser a única alternativa numa UE que não funciona e não dá respostas aos seus cidadãos.
Os novos líderes e actores políticos começam a surgir na Europa, na Holanda, na França, na Alemanha, na Suécia, na Hungria, na Itália, etc.
A história é cíclica e por isso não é admiração voltarmos aos nacionalismos. Do outro lado do Atlântico ninguém acreditava na eleição de D. Trump, mas foi eleito! Na Europa ninguém acreditava no Brexit e aconteceu, mas mais vai acontecer, porque a cegueira de uns e dormência  doutros propiciam a mudança, e que que mudança!


Tudo boa Gente...

Quando vamos á aldeia é normal as gentes humildes falarem das gentes importantes da cidade, os senhores doutores, os senhores engenheiros, tudo gente séria, honesta, autênticos modelos a seguir. Ora no nosso país os meios de comunicação social sabem muito bem veicular este estereótipo e com isso são no meu entender os grandes responsáveis veiculadores das escolhas eleitorais. Ninguém fala disto mas a verdade é que temos aquilo que escolhemos...melhor temos aquilo que nos influenciam a escolher.  A promiscuidade entre comunicação social e os políticos, e entre estes a justiça não conseguem enganar ninguém. A complexidade das redes de influências hoje comprometem o próprio regime democrático, e fenómenos como a corrupção, não são mais que monstros criados pelo próprio regime...ironia do destino. As mentalidades no nosso país mudaram, em parte, junto dos centros urbanos, mas o paradigma politico em Portugal mantém-se inalterado. Uns dizem que somos um povo de brandos costumes, mas para mim os brandos costumes não são mais do que ignorância e acomodação. José Sócrates, Ricardo Salgado, Z. Bava, H. Granadeiro, etc, etc. o BPN, o BES, o BANIF, e mais recentemente a CGD, era tudo gente séria e honesta, como diziam na minha aldeia. Mas o povo contenta-se com isto, e continua a votar nos mesmos doutores e engenheiros...triste sina a do povo português. Nas redes sociais encontrei um recorte que espelha bem a estratégia dos nossos políticos: os rendimentos mínimos (RSI), o subsidio de desemprego, controlar o que as crianças aprendem na escola, os cuidados de saúde gratuitos, em suma Pão e Circo para o Povo e este se contentará. Enquanto o povo estiver entretido com futebol, com os reality shows, as novelas, os comentadores, etc, não se preocuparão com a realidade. O Povo é tratado como sendo uns "Idiotas Úteis"conforme refere o artigo que aqui deixo e recomendo a leitura.

O Paradigma Económico Português - P.E.P

Ora aqui está algo que deve gozar de Direitos de Autor, o P.E.P - Paradigma Económico Português,

"Para quê extraír se não compensa? Para quê produzir se não compensa? Para quê fabricar se não compensa? E já agora, para quê trabalhar se não compensa?"

Assim se justifica a elevada dívida externa (pública e privada) e um Estado Social benevolente que subsidia o ócio à  conta do sacrifício da classe média e das empresas.

domingo, 8 de janeiro de 2017

Portugal e o futuro próximo

O mundo politico tal como conhecemos até ao final do ano que findou está a mudar. Os dinossauros políticos vão desaparecendo e com eles desaparece toda uma geração ligada á esquerda rebelde. No final de 2016 Fidel Castro morre e esperamos nós que tenha sido mais um golpe rude contra o Comunismo e a sua doutrina antidemocrática. No inicio de 2017 morre Mário Soares e como outros que por essa Europa fora (François Miterrand, Jacques Delors,etc ) desgraçaram o socialismo ao vergarem-se ao federalismo capitalista desenfreado. Mas houve outros também, conservadores como Margareth Tacher e Ronald Reagan que foram responsáveis por desregular os mercados, cujas as consequências são hoje bem notórias, desde logo com a sobreposição de forma perigosa aos Estados, a especulação e as agências de rating subversivas que colocam em causa as soberanias dos Estados. Hoje restam apenas alguns poucos ( dinossauros políticos) que vão marcando presença aqui e ali nas mais diversas conferências e pouco mais se resume a sua intervenção na sociedade. Quando esta geração desaparecer fica certamente o caminho aberto ao Populismo na Europa e no Mundo, como de resto já começou. Primeiro foi o Brexit, que impulsionou o UKIP de Farage e do outro lado do atlântico Donald Trump que será  o  catalisador ideal para o Populismo numa Europa condenada irreversivelmente ao fracasso. As politicas do Centro estão a dar lugar ao Nacionalismo. As dividas soberanas, o desemprego jovem e sobretudo a incerteza e desconfiança da Geração que nasceu despois de 1985 dá força aos Nacionalismos, com a ajuda clara da geração mais idosa que é  cada vez mais numerosa devido ao inevitável envelhecimento da população. A Europa caminha para um beco sem saída, e como já dizia Karl Polanyi, serão as dividas, com a rutura social subsequente, a principal causa das convulsões, da instabilidade e queda civilizacional. Os êxodos populacionais para a Europa ( em busca do European dream) vão continuar e o choque cultural ( diferenças de costumes, raça, língua, religião, etc) será também o alimento ideal para impulsionar ainda mais o Populismo que se aproveitará dos ataques cirúrgicos do terrorismo islâmico. A ver vamos se não tenho razão...mas será no meu entender um 2017 que  ficará para a História como o ano de mudança politica no Mundo e sobretudo na Europa. Quanto a Portugal o seu futuro não será diferente daqueles que integram a UE, a divida continuará a crescer (actualmente a um ritmo de 45 milhões € por dia) o desemprego jovem continuará elevado, e os empregos precários continuarão a aumentar...sem perspetiva de reduzir. A Segurança Social está "presa por arames" e o envelhecimento populacional contribuirá cada vez mais para a insustentabilidade a médio longo prazo, e o resultado é o inevitável aumento da idade da reforma, hoje nos 66, amanhã "logo se vê. Um Portugal cada vez mais envelhecido, com as novas gerações a fugir para o estrangeiro por falta de oportunidades na sua Pátria, um Portugal sem estratégia e de resultados manipulados que só serve para ganhar tempo e adiar assim a inevitável ruína. A manta de retalhos é a mesma a diferença é que dantes destapava-se os pés para tapar a cabeça e vice-versa, agora a estratégia é outra...dobram-se os joelhos debaixo da manta e assim fica tudo tapado...vamos encolhendo na medida do possível. Como reagirá o eleitorado português numa Europa em queda? ( o PCP mais recentemente já vai falando no assunto, uma eventual saída do Euro e da UE e o PNR à muito que já defende a saída do Euro e da UE), Qual será o sentido de voto? É que estes que agora nos governam estão habituados e dependentes do apoio de Bruxelas e sem o apoio serão capazes de continuar a governar? Se a UE findar que escolhas serão feitas por cá? Algo me leva a crer que que o euroceticismo por cá vai começar a ganhar terreno. Vai pôr-se em causa a permanência no Euro, para mim a causa principal das asfixia económica e financeira, e se lá por fora a politica ajudar por cá teremos certamente surpresas.