domingo, 8 de janeiro de 2017

Portugal e o futuro próximo

O mundo politico tal como conhecemos até ao final do ano que findou está a mudar. Os dinossauros políticos vão desaparecendo e com eles desaparece toda uma geração ligada á esquerda rebelde. No final de 2016 Fidel Castro morre e esperamos nós que tenha sido mais um golpe rude contra o Comunismo e a sua doutrina antidemocrática. No inicio de 2017 morre Mário Soares e como outros que por essa Europa fora (François Miterrand, Jacques Delors,etc ) desgraçaram o socialismo ao vergarem-se ao federalismo capitalista desenfreado. Mas houve outros também, conservadores como Margareth Tacher e Ronald Reagan que foram responsáveis por desregular os mercados, cujas as consequências são hoje bem notórias, desde logo com a sobreposição de forma perigosa aos Estados, a especulação e as agências de rating subversivas que colocam em causa as soberanias dos Estados. Hoje restam apenas alguns poucos ( dinossauros políticos) que vão marcando presença aqui e ali nas mais diversas conferências e pouco mais se resume a sua intervenção na sociedade. Quando esta geração desaparecer fica certamente o caminho aberto ao Populismo na Europa e no Mundo, como de resto já começou. Primeiro foi o Brexit, que impulsionou o UKIP de Farage e do outro lado do atlântico Donald Trump que será  o  catalisador ideal para o Populismo numa Europa condenada irreversivelmente ao fracasso. As politicas do Centro estão a dar lugar ao Nacionalismo. As dividas soberanas, o desemprego jovem e sobretudo a incerteza e desconfiança da Geração que nasceu despois de 1985 dá força aos Nacionalismos, com a ajuda clara da geração mais idosa que é  cada vez mais numerosa devido ao inevitável envelhecimento da população. A Europa caminha para um beco sem saída, e como já dizia Karl Polanyi, serão as dividas, com a rutura social subsequente, a principal causa das convulsões, da instabilidade e queda civilizacional. Os êxodos populacionais para a Europa ( em busca do European dream) vão continuar e o choque cultural ( diferenças de costumes, raça, língua, religião, etc) será também o alimento ideal para impulsionar ainda mais o Populismo que se aproveitará dos ataques cirúrgicos do terrorismo islâmico. A ver vamos se não tenho razão...mas será no meu entender um 2017 que  ficará para a História como o ano de mudança politica no Mundo e sobretudo na Europa. Quanto a Portugal o seu futuro não será diferente daqueles que integram a UE, a divida continuará a crescer (actualmente a um ritmo de 45 milhões € por dia) o desemprego jovem continuará elevado, e os empregos precários continuarão a aumentar...sem perspetiva de reduzir. A Segurança Social está "presa por arames" e o envelhecimento populacional contribuirá cada vez mais para a insustentabilidade a médio longo prazo, e o resultado é o inevitável aumento da idade da reforma, hoje nos 66, amanhã "logo se vê. Um Portugal cada vez mais envelhecido, com as novas gerações a fugir para o estrangeiro por falta de oportunidades na sua Pátria, um Portugal sem estratégia e de resultados manipulados que só serve para ganhar tempo e adiar assim a inevitável ruína. A manta de retalhos é a mesma a diferença é que dantes destapava-se os pés para tapar a cabeça e vice-versa, agora a estratégia é outra...dobram-se os joelhos debaixo da manta e assim fica tudo tapado...vamos encolhendo na medida do possível. Como reagirá o eleitorado português numa Europa em queda? ( o PCP mais recentemente já vai falando no assunto, uma eventual saída do Euro e da UE e o PNR à muito que já defende a saída do Euro e da UE), Qual será o sentido de voto? É que estes que agora nos governam estão habituados e dependentes do apoio de Bruxelas e sem o apoio serão capazes de continuar a governar? Se a UE findar que escolhas serão feitas por cá? Algo me leva a crer que que o euroceticismo por cá vai começar a ganhar terreno. Vai pôr-se em causa a permanência no Euro, para mim a causa principal das asfixia económica e financeira, e se lá por fora a politica ajudar por cá teremos certamente surpresas.